sexta-feira, 2 de outubro de 2009

[...]Você abre a boca. Abre tanto que as mandíbulas chegam a estalar. Manda que seus pulmões puzem o ar, AGORA; você está precisando de ar, precisando AGORA. Mas as suas vias respiratórias ignoram o seu comando. Entram em colapso, se estreitam, se contraem, e, de repente você está respirando através de um canudinho de refrigerante. A sua boca fecha, os seus lábios se eneugam, e tudo que você consegue fazer é soltar um som rouco, estrangulado. As suas mãos tremem e se contorcem. Em algum lugar, as comportas se abriram em uma enxurrada de suor frio e transborda, encharcando seu corpo. Você quer gritar. Gritaria se pudesse. Mas, para gritar, é preciso respirar[...]

O caçador de Pipas