terça-feira, 23 de março de 2010

Ele te chamou para conversar. Você estava irredutível, não iria falar. Houve uma insistência. Você foi monossilábico, e ele falava falava e falava, parecia não ter fim. Até você o colocar contra a parede, seu jeito petulante o fez rir, e a conversa seguiu seu curso.
Muito se ouviu, mas pouco se entendeu. Você refletiu, dormiu como não dormia a meses, e até acordou feliz.
Eram sinais. Os tais sinais. Você os pediu, implorou, eles chegaram e você não soube enxergar, e mais uma vez a história se repetia. Não! Dessa vez não.
Houve um contra-tempo. Bendito contra-tempo. Talvez se não houvesse acontecido, você estaria ali parada, imóvel com toda situação, esperando alguma resposta, algum tempo, algum modo de ser feliz novamente. Mas, bendito contra-tempo.
Você se auto-destroi por dentro, pensa como pode ser tão estupida de não ter visto os tais sinais. Eles vieram, e agora você sabia. Era sinal de que nada mudou, as falsas promessas, o falso moralismo, as falsas verdades.
Há um tempo você preferia ouvi-las. Ele mantinha as verdades, e te contava mentiras. Como você adorava, assim você o tinha por perto, não te feria, você no fundo era amante dessas verdades, elas te deixavam bem.
Mas agora não mais.
O curso daquela conversa tinha tomado o mesmo caminho de meses atras, você ouvia e acreditava. Ficava entusiasmada, perdoava e confiava. Eram os tais sinais.
Sinais de alegria. Mas o que você agora sabe, é que o que o ele te tras, são sinais. Sinais de falsa alegria. Conformismo. E você precisa saber o que é a felicidade.